sexta-feira, 27 de julho de 2012

Lealdade e respeito: Bandas e Organizadores.

Acho que desde os primórdios do rock independente, fazer show sempre foi uma grande aporrinhação. Tem que ensaiar, ter bons instrumentos, deslocamento para shows, divulgação com parentes e amigos, gravar, etc. Aí, tem os problemas normais que acontecem como: esquecer algo, defeito no carro, a corda que arrebenta, o integrante que não chega e, por aí vai. Tudo por amor à sua arte. Depois de tudo isso, a banda fica "feliz", porque fez o show para  seus conhecidos, mesmo sem estrutura, sem incentivo, sem nada! É assim mesmo...a gente faz mesmo..
Não é segredo para ninguém que o que mais aborrece uma banda, é vender ingressos. O sujeito que organiza, na verdade não quer ter trabalho com nada. Ele quer ganhar dinheiro. Aí o cara põe 10 bandas numa noite, sem se preocupar com a aparelhagem ou com a acústica do local, dá 20 ingressos para cada uma vender como uma obrigação para tocar no evento dele. É isso ou nada!
Já fiz isso quando tinha banda. Toda banda passa por esse tipo de exploração. Mas, por que isso ainda exite? Por que as banda não procuram fugir desses "mercenários"?
Sou da opinião que a banda tem direitos e deveres. Elas são as estrelas do espetáculo, portanto, devem ser bajuladas e bem tratadas; possuir espaço próprio e serem embaladas com carinho. Merecem a atenção do organizador. E como? Verificando o espaço, o som, a ordem das bandas, a aparelhagem e, não jogá-las no palco de qualquer maneira e ir para uma sala para contar o dinheiro.
Os deveres da banda também devem ser ressaltados: preservação do local, educação no trato com seus iguais, cuidado no abuso de bebida ou uso de drogas no local, dar o melhor de si em cada show, admirar e acompanhar as outras bandas, trocar idéias, influências, contatos, aprender com seus erros e com o erro do próximo, afinal, ter banda é também trabalhar duro e se dedicar. Se não fizer dessa forma, pode-se ter talento, mas está no negócio errado.
A banda não deve vender ingressos por obrigação. Um organizador de evento realmente interessado, pode ceder ingressos às bandas somente se elas pedirem. Isso facilita a venda sim e, é até uma estratégia interessante, mas não deve ser obrigatório. O responsável tem que correr atrás da divulgação, de filipetas, banners, faixas, o que for necessário para que o seu evento dê certo. Por isso ele é o organizador. O trabalho duro é dele, não das bandas.
A falta de espaços para tocar é cada vez mais crítico devido a muitos fatores. Culpo essa política voraz de muitos organizadores que existem por aí, mas também culpo em parte algumas bandas que não sabem se comportar devidamente. Não se dão o valor necessário, então, fazem daquilo que é ruim, muito pior. Não exigem nada, cedem com facilidade aos abusos e, ainda por cima, esculhambam o local com comportamentos tido por eles como uma "atitude rock and roll". Prefiro não detalhar os tipos de comportamento que estou citando.
O preconceito exite? Claro que sim. Façamos uma mea culpa para identificarmos nossas responsabilidades, evitando assim, a perda do pouco espaço que conquistamos.
O respeito com o qual nos dedicamos - bandas e organizadores leais - será o exemplo a ser seguido. A auto-estima valorizada de cada integrante, fará dele um "fiscal" das práticas reprovadas pelas bandas e, a seleção natural se incumbirá de extinguir aqueles que não se enquadrarem na LEALDADE!!!
E, sendo repetitivo, essa é minha opinião!!!

 

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